morre-se nada, disse o poeta
morre-se gelada
esquecida dos traços
do seu próprio rosto
da beleza cuidada.
das linhas afirmadas
escolho uma,
a serenidade
escolho outra,
a verticalidade.
morre-se tudo
sim, morre-se
mas não choro a partida
nem clamo a chegada
porque há uma coisa que não morre:
a sua palavra.
fc/23fev2015
imagem: Henri Matisse