terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Será a morte uma partida ou uma chegada?



morre-se nada, disse o poeta
morre-se gelada
esquecida dos traços
do seu próprio rosto
da beleza cuidada.

das linhas afirmadas
escolho uma, 
a serenidade
escolho outra,
a verticalidade. 

morre-se tudo
sim, morre-se
mas não choro a partida 
nem clamo a chegada
porque há uma coisa que não morre:
a sua palavra.



(Para a minha tia Feliciana)

fc/23fev2015
imagem: Henri Matisse