Fronteira entre braço e
antebraço, o cotovelo é a capital de vários músculos e ossos. A sua posição
estratégica liga a mão ao cérebro, sendo fundamental tanto no Body Pump do Luís Oliveira como no bitoque
da Dona Deolinda.
Imaginemo-lo Constantinopla, ponto
de encontro entre a Europa e a Ásia, capital de vários impérios e berço da
cristandade, até porque há turcos envolvidos. Não esqueçamos, porém, que no
mapa-mundi humano, o resto do território tem igual valor, não fosse o corpo que
habitamos uma estranha democracia.
Protegida pelo cacau em
percentagem arrojada, a cidade de Constantino, ou simplesmente cotovelo, apenas
receia a faixa 9, que se impõe ao som de Feel
so close, de Calvin Harris, e da voz do mestre Luís Oliveira: «E sobe e "dece"»... E a malta insiste e resiste.
Somos lápis de cor? Não! Somos músculo, cérebro e mão. Provamo-lo noutra faixa de outro exercício, entre o chão e o step, ao batermos as palmas em contratempo, anulando os tempos fracos da música e do músculo. Tap, tap, toc, toc, bi-toque, bi-toque. O mestre sorri, discretamente.
Somos lápis de cor? Não! Somos músculo, cérebro e mão. Provamo-lo noutra faixa de outro exercício, entre o chão e o step, ao batermos as palmas em contratempo, anulando os tempos fracos da música e do músculo. Tap, tap, toc, toc, bi-toque, bi-toque. O mestre sorri, discretamente.
Nem dor de cotovelo nem raivinhas
nem bifanas de Torres Vedras. Bitoque! Mas bitoque, só mesmo o da Dona Deolinda
(de Garvão, claro). O ovo vem da capoeira junto à linha do comboio que vai para
um Sul quase paralelo ao de Constantinopla. Sempre se conheceram galinhas por ali.
A batata veio da Cordilheira dos
Andes, em tempos muito idos. Hoje em dia, sobrepõe-se a todas as faixas e
lidera os pratos portugueses. Se lhe dessem oportunidade, a faixa 9 não lhe
escaparia. Quase tão redonda como o epicôndilo, a batata não sofre de
esquisitices e transmuta-se em palito, repousando por pouco tempo no prato
preparado pela Dona Deolinda. O bife é um mistério. Ninguém dá por ele
mas, depois, ninguém o esquece.
Se sorte tivermos, por entre
bebes e comes ouvir-se-á o cante entre amigos. O ponto, o alto e o coro, a
reforçar o forte sabor a Alentejo. E desengane-se o mais convencido, porque se
o cotovelo padecer de algum mal, perceberá o pobre coitado que terá igual
dificuldade a levantar quer o garfo da Dona Deolinda quer a barra de pesos do
Luís Oliveira.